Via Vulcano - Pedra do Elefante - Andradas

A via Vulcano está no setor da "cabeça" da Pedra do Elefante (Andradas-MG). É uma via bastante frequentada e toda protegida com chapeletas.

- Vulcano ( 4 V E2 150m; Alexandre Salzani, Fernando Godoi, Pedro Zeneti Junior)


Croqui da via Vulcano (Pedra do Elefante, Andradas-MG)
Obs.: Clique na imagem para ampliar

Mais informações: Escalada em Andradas - Informações e Croquis

Corcovado de Ubatuba

Corcovado de Ubatuba... uma imponente montanha da Serra do Mar, litoral de São Paulo.
Uma bela caminhada, que fiz junto com meus amigos Gustavo, Cláudia e Clayton em dezembro de 2000.

- Corcovado de Ubatuba 1150m (Serra do Mar, SP; 23/Dezembro/2000)





Foto e texto: Roberto Lacaze

Pico do Gigante e Pico do Ovo - O lado esquecido do Parque Nacional de Itatiaia - ano 2000

Há tempos eu vinha sonhando com duas montanhas do Parque Nacional de Itatiaia. Inicialmente apenas admirava elas de longe, olhando por exemplo de cima do Pico de Agulhas Negras. Mais tarde descobri seus nomes: eram os Picos do Gigante e do Ovo. Essas duas montanhas ficavam do outro lado do parque, numa área de difícil acesso, onde provavelmente ninguém chegava a muito tempo. Eu não conhecia ninguém que havia estado naquelas montanhas e, por isso, a única referência que tinha era a carta do IBGE 1:50000.

Assim, no final de junho de 2000, eu e minha amiga Cláudia (Cláudia Vilela, grande companheira de escaladas e caminhadas), aproveitando o feriado do Corpus Christi, fizemos uma linda caminhada, que chamei de Travessia Rebouças-Serrinha.
OBS.: Não conheço registro de que alguém tivesse feito essa travessia antes de nós. Talvez tenhamos sido os pioneiros.


Dia 22/06/2000 - Entramos pela parte alta do parque, passamos pelo Abrigo Rebouças, Vale do Aiuruoca, Ovos de Galinha, seguindo pela trilha da Travessia Rebouças-Mauá. Seguimos por caminho conhecido até o local do “Rancho Caído”. Então deixamos a trilha que continuava em direção à Visconde de Mauá e subimos até o cume do Pico Maromba, à 2619 metros de altitude, onde fizemos nosso primeiro bivaque. Céu estrelado, vento e noite fria, temperatura abaixo de zero...
Dia 23/06/2000 - Lindo amanhecer. O vale abaixo de nós estava branco com a geada. Tempo bastante limpo: lá de cima do Maromba podíamos enxergar até a Serra dos Órgãos e os Três Picos de Salinas (incrível!). Continuamos nossa caminhada: Seguimos descendo pela crista até o cume sul do Maromba (Maromba Sul), onde desviamos diretamente para o Pico Cabeça de Leoa (ou Falso Cabeça de Leão), sem passar pelo Cabeça de Leão. Continuamos descendo pela crista e, ao final, subimos até o Pico do Gigante. Observamos que ainda faltava um longo caminho abrindo trilha para chegarmos no Pico do Ovo, o que não seria possível fazermos agora. Então, descemos um pouco pela crista em direção à Serrinha, até escurecer. Bivacamos em cima de um bloco de pedra meio inclinado. Passamos a noite sem água (nossa água já tinha acabado).
Dia 24/06/2000 - Descemos pela crista. Por volta do meio dia chegamos num riacho, onde pudemos matar nossa sede. Mais um pouco de caminhada de chegamos na civilização: Passamos pelo bairro da Serrinha, seguimos caminhando pela estrada de terra até conseguir uma carona que nos levou a Penedo. Pegamos uma van para Resende e então um ônibus para São Paulo.

No feriadão de 7 de setembro, fiz uma nova tentativa de chegar do Pico do Ovo, dessa vez com meu amigo Pedro Teixeira:
Dia 07/09/2000 – Descemos do ônibus na Rodovia Dutra às 2:00 da madrugada. Estava chovendo. Dormimos na varanda de um boteco que estava fechado. Acordamos às 5:30 e começamos a pedir carona. Após longa espera conseguimos uma carona até a Garganta do Registro e depois outra até a parque alta do parque. Conforme subimos acima das nuvens, o tempo foi abrindo, a chuva parando e o sol aparecendo. Caminhamos até o Pico Maromba, seguimos pela crista e subimos o Pico Cabeça de Leão. Enchemos nossas garrafas d’água num pequeno lago e pouco adiante paramos na encosta do Pico Cabeça de Leoa. Bivacamos em cima de uma laje de pedra. Caíram algumas gotas de chuva, mas não chegaram a incomodar.
Dia 08/09/2000 - Durante a noite as nuvens baixaram e o tempo limpou. Acordamos no dia seguinte com os sacos de dormir cobertos pela geada. Subimos o Pico Cabeça de Leoa e seguimos até o Gigante. A neblina não nos deixava enxergar o Pico do Ovo. Tentamos abrir um caminho para descer o Gigante em direção ao Ovo, mas terminamos numa pendente rochosa bastante inclinada. Voltamos para o Gigante e fizemos nosso bivaque ao lado de uma parede de pedra. Novamente caíram algumas gotas de chuva durante a noite, que não chegaram a incomodar, pois a parede de pedra nos protegia.
Dia 09/09/2000 - Tempo nublado, porém com nuvens mais altas. Pudemos enxergar o Pico do Ovo e traçar um caminho melhor. Começamos a abrir trilha na mata. Encontramos um campo de bromélias, cuja água ajudou a matar nossa sede. Mais algumas horas abrindo trilha e chegamos numa nascente (água!!). Seguimos mais um pouco, mas já estava ficando tarde. Precisamos voltar para nosso local de bivaque.
Dia 10/09/2000 - O feriadão estava terminando e tínhamos que voltar. Descemos pela crista até a Serrinha. Caminhamos ainda pela estradinha até conseguir uma carona até Penedo.

Duas semanas depois, num final de semana, eu, o Pedro e a Claudia fomos mais uma vez tentar chegar no Pico do Ovo. Dessa vez subimos a partir da Serrinha:
Dia 23/09/2000 - Saímos à meia noite de São Paulo e fomos de carro até a Serrinha. Começamos a caminhar às 4:30. Ainda estava escuro. Subimos até o Gigante em 6 horas de caminhada. Continuamos pelo caminho que tínhamos aberto na semana anterior e a partir daí seguimos então abrindo trilha em direção ao Pico do Ovo. No final da tarde voltamos para o Gigante, no nosso local de bivaque.
Dia 24/09/2000 - Acordamos cedo. Seguimos pela trilha que já tínhamos aberto e continuamos abrindo trilha até o Pico do Ovo, onde chegamos às 9:30. Haviam alguns bilhetes dentro de latinhas perto do cume: fazia mais de quinze anos que ninguém chegava lá (pelo o que pudemos entender o acesso antigamente era feito para partir da parte baixa do parque – Sede). Deixamos um livro de cume para registro. Ficamos 2 horas lá em cima, apreciando a paisagem. Comemoramos o aniversário da Cláudia em grande estilo. Depois voltamos para o Gigante e descemos para a Serrinha, onde pegamos o carro e voltamos para São Paulo.

Segue a lista das montanhas que subimos nessas viagens:

- Pico Maromba 2619m (Serra do Marimbondo, RJ; 22/Junho/2000)
- Pico Maromba Sul 2479m (Serra do Marimbondo, RJ; 23/Junho/2000)
- Pico Cabeça de Leoa (ou Falso Cabeça de Leão) 2483m (Serra do Marimbondo, RJ; 23/Junho/2000)
- Pico do Gigante 2190m (Serra do Alambari, RJ; 23/Junho/2000)
- Pico Cabeça de Leão 2430m (Serra do Marimbondo, RJ; 07/Setembro/2000)
- Pico do Ovo 2085m (Serra do Alambari, RJ; 24/Setembro/2000)


Detalhe da carta do IBGE 1:50000. Indiquei os picos e deixei o trajeto tracejado na carta.

Obs.: Pontos para pegar água:

- Riacho na base do Pico Maromba ("Rancho Caído");

- Poças d'água entre os picos Cabeça de Leão e Cabeça de Leoa;

- Nascente no colo entre o Gigante e o Ovo;

- Riacho pouco acima da Serrinha.

Foto: Roberto Lacaze no cume do Pico Maromba (2619m). Ao fundo, da esquerda para a direita: Pico de Prateleiras, Pedra da Coroa, Pico de Agulhas Negras, Asa de Hermes e Pedra do Sino de Itatiaia.

Foto: Pôr-do-sol no cume do Pico Maromba. No horizonte, vê-se a sombra do maciço de Itatiaia projetada no céu.

Foto: Cláudia Vilela descendo pela crista a partir do Pico Maromba. À esquerda está o Pico Cabeça de Leoa (2483m). Ao fundo, mais abaixo, vê-se o Pico do Gigante (2190m).



Foto: Roberto Lacaze descendo pela crista a partir do Pico Cabeça de Leoa. Ao fundo, vê-se o Pico do Gigante e imediatamente à direita, mais abaixo, aparece a ponta do Pico do Ovo.


Foto: Roberto Lacaze no cume do Pico do Gigante (2190m).

Foto: Pico do Ovo (2085m), à direita, e o Pico do Gigante (2190m), à esquerda, vistos da crista que liga o Gigante à Serrinha.

Foto: Pedro Teixeira abrindo trilha entre o Gigante e o Ovo. Nesse momento encontramos uma nascente que matou nossa sede.


Foto: Roberto Lacaze abrindo trilha entre o Gigante e o Ovo. Ao fundo pode-se ver o Pico do Ovo.

Foto: Pico do Ovo (2085m), à direita, e o Pico do Gigante (2190m), à esquerda, vistos da crista que liga o Gigante à Serrinha.


Foto: Pico do Ovo (2085m), à direita, e o Pico do Gigante (2190m), à esquerda, vistos da crista que liga o Gigante à Serrinha.

Foto: Cláudia Vilela e Pedro Teixeira no cume do Pico do Ovo (2085m). Acreditamos que fazia mais de quinze anos que ninguém chegava lá, e provavelmente passarão outros tantos anos até que alguém volte.

Foto: O maciço de Itatiaia visto do cume do Pico do Ovo. Ao fundo, da esquerda para a direita: Pico de Prateleiras, Morro do Couto, Pico de Agulhas Negras, Pedra do Sino de Itatiaia e Pico Cabeça de Leão.

Foto: O Pico do Gigante (2190m) visto do cume do Pico do Ovo. À direita, vê-se a crista que desce em direção à Serrinha.


Texto e fotos: Roberto Lacaze

Viagem de Bicicleta: Floripa - Chuí

No início de 2000, eu e o Glauco Tâmega fizemos uma bela viagem de bicicleta. Saímos de Florianópolis e seguimos pedalando em direção ao sul, até o Chuí, na fronteira com o Uruguay. Foram aproximadamente 1.000km, percorridos em 10 dias seguidos. Fomos pedalando preferencialmente pela areia das praias, já que o litoral do sul do Brasil é formado por praias bastante extensas. Pedalávamos ao longo do dia e acampávamos de noite, geralmente na beira da praia.